10/08/2011

Açores um dos melhores cenários de caça submarina

Os Açores situados geograficamente no meio do Oceano Atlântico, e grandemente influenciados pela Corrente do Golfo, que auxilia na regulação e na manutenção da temperatura média do oceano que ronda os 16ºC e os 23ºC. Sendo assim, estas características proporcionam condições únicas na prática da caça submarina. Podem-se observar inumeras espécies, cores e vida nos fundos açorianos, os quais dispõem de excelentes visibilidades.
A caça nestes fundos torna-se muito característica devido ao fundo ser de origem vulcânica, proporcionando inumeras fendas, baixas e arcadas. Deste modo, são óptimas zonas para praticar este desporto pois são nestas que os peixes se refugiam e gostam de estar. Este tipo de fundo também possui outra grande vantagem, tem zonas mais fundas para o caçador que gosta de caçar mais fundo e está apto para tal, e tem zonas menos fundas para quem está menos à vontade, mas que são igualmente cheias de vida.
Os Açores com a sua diversidade de espécies permitem uma grande variedade de capturas, tornando o nosso enfião mais misto e colorido, ainda mais realçado com o aquecimento da temperatura da água que já se adivinha com a entrada dos pelágicos nas nossas baixas e ao longo das nossas costas, os troféus tão desejados; juntamente com eles e para nosso desagrado vêm as águas vivas e caravelas, o que por vezes complicam um pouco as saídas.

Muitas vezes os peixes tornam-se o tema principal e a diversidade dos mariscos dos Açores(lagosta,cavaco,santolas, lapas, cracas, etc), que são um tema igualmente importante, ficam um pouco esquecidos; estes devem ser respeitados relativamente aos seus períodos de defesa.
Tornam a nossa gastronomia mais rica,
Gastronomia esta que é secular dos açorianos e que a muito se deve ao mar que nos rodeia.

 
  Alguns spots a visitar nos Açores


Ilhéu da Praia

O ilhéu da Praia situa-se na zona Leste da Ilha Graciosa, a pouco mais de meia milha da costa, em que a deslocação feita por barco tem uma duração aproximada de 5 minutos com saída do porto da Praia.
O fundo é constítuido essencialmente por pedra roliça em que algumas zonas são compostas por areia. Na zona a noroeste do ilhéu da Praia encontra-se alguns baixios com elevada acentuação e cheios de vida. Para além disso podem-se realizar agachons e caídas ao largo das baixas, onde se consegue avistar certos tipos de peixes entre os quais os badejos, peixes-cão, vejas, garoupas, lírios, encharéus.


 
 
Baixa do Ferreiro
 
A Baixa do Ferreiro está situada a norte da Ilha Graciosa, a um quarto de milha da costa, em que a deslocação feita por barca tem uma duração aproximada de 3 minutos, com saída do porto de Sta. Cruz da Graciosa.
Esta baixa está associada a um antigo vulcão submarino. Apresenta maioritariamente correntes fracas, desta forma o mergulhador consegue caçar no spot sem que seja arrastado.
O baixio encontra-se a cerca de 5 metros, em que este tem como profundidade máxima os 30 metros. Esta pequena elevação rochosa atrai diversos peixes, nomeadamente os peixes pequenos, que por sua vez chamam a atenção dos grandes.
Nesta zona, os peixes mais frequentes de se observar são pelágicos, entre os quais as bicudas que abundam o local,por sua vez o cardume é invadido por serras e anchovas.
Os lírios também marcam lá a sua presença, normalmente em cardumes numerosos de lirios nomeadamente pequenos, enquanto os de grande porte, situam-se normalmente em profundidades maiores na periferia da baixa, isolados ou em cardumes de três ou quatro exemplares.


 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

Ilhéu dos Fradinhos

O Ilhéu dos Fradinhos situa-se na zona sul da Ilha Terceira, a cerca de duas milhas e meia da costa, em que a deslocação efectuada por barco tem uma duração aproximada de 20 minutos, com saída do porto de Angra do Heroísmo.
Associado ao rifte da Terceira, surgindo-se interligado ao topo de um cone vulcânico.
Está frequentemente sujeito a fortes correntes e ondulação agitada o que por vezes dificultam a fixação na zona da baixa, o que obriga a que os mergulhadores possuam alguma experiência.
O fundo possui uma grande diversidade de peixes demersais nas zonas mais fundas da baixa (a partir dos 20 metros), tais como garoupas, peixes-cão, rocazes, bodiões.
Os pelágicos também podem ser observados, apresentando-se como um lugar de excelência



 
 
 
 
 
 
 
 



Baixa dos Rosais


A Baixa dos Rosais situa-se a noroeste da Ilha de S.Jorge, a mais de três milhas da costa, em que a sua deslocação de barco tem uma duração aproximada de 30 minutos, com saída do porto das Velas.
A parte mais alta encontra-se a cerca de 15 metros de profundidade, sendo um bom spot para pelágicos, onde por vezes podemos vê-los a alimentarem-se de pequenos cardumes, dos quais podemos citar alguns tais como serras, bonitos, atuns, lirios, anchovas, bicudas.
Relativamente ao grupo central, este local apresenta-se possivelmente como um dos únicos locais em que se observa uma grande abundância de pelágicos, comparando com o Banco D. João de Castro e Princesa Alice.


 
 
 
 
 
 
 
 


Ilhéu do Norte


O ilhéu do Norte situa-se na zona nordeste da Ilha Terceira, a menos de uma milha da costa, em que a deslocação feita por barco tem uma duração aproximada de 10 minutos com saída do porto da Praia da Vitória.
Este é, na maioria das vezes esquecido pelos moradores locais (mas não esquecido pelos pelágicos) , que a muito se pode ficar a dever à sua pequena dimensão quando equiparado à beleza do Ilhéu das Cabras, que é por muita gente considerado o mais belo e atractivo ilhéu da Ilha Terceira.
No entanto este ilhéu tem caracteristicas muito próprias,junto do mesmo podemos observar uma vertiginosa parede que cai logo para profundidades abaixo dos 30 metros, tendo esta parede uma pequena inclinação que pode servir de plataforma para uns agachons, para atrair a curiosidade dos pelágicos que por lá patrulham as redondezas.O fundo por sua vez tem as mesmas características que os outros spots já referidos, nomeadamente grandes rochas que servem de abrigo a peixes-cão, meros (estes proibidos caçar nos Açores), mas tambem é um optimo local para investir num agachon para os curiosos enxaréus que por lá vagueiam, tendo sempre em conta que se trata de um mergulho fundo naquele local, mais uma vez a presença do parceiro a controlar as caídas é fundamental.
Neste spot os peixes mais frequentes são as bicudas, lírios, encharéus, serras.













A importancia do barco na caça submarina
O papel que o barco desempenha na caça submarina no azul, é uma mais valia para o caçador submarino, tendo este assim mais mobilidade e conforto, torna-se um instrumento indispensável, pois permite-nos uma deslocação, rápida aos spots pretendidos, mas se este não for usado com cuidado e sabedoria, da mesma maneira que nos pode dar as oportunidades de capturar bons peixes tambem pode nos fazer perde-las. Como por exemplo ao chegar ao spot e saltar para a água com essa agiatção os peixes são atraídos pela sua curiosidade para ver o que se passa, dando assim boas oportunidades de tiro, mas no entanto se o mergulhador já estiver na água e ter um cardume à sua volta, o barco ao aproximar-se, o barulho do motor vai afugentar os peixes. O skiper deve ter atençao aos floatlines para nao passar com o hèlice por cima destes, como saber como encostar perto do caçador submarino sem o albarroar,de preferencia por barlavento, tanto para abrigar o mergulhador,como para encostar o barco ao mesmo,pois o vento vai desempenhar essa fução.
A atenção do skiper deve ser sempre em primeiro lugar garantir a segurança dos mergulhadores, por isso deve estar atento se existirem varios mergulharores na àgua e estes dispersados pela baixa,temos que ter atenção sempre mergulhar em dupla, tanto para fazermos segurança um ao outro, como pode ser necessario dobrar o tiro num peixe grande, para garantir o sucesso da captura. O apoio do barco pode ser crucial para recorrer a outra arma ou outra coisa que seja necessaria, serve tambem para momentos de descanso que nos quais devemos principalmente hidratar, e ou comer alguma coisa de fácil absorçao como aquelas barritas energéticas para recuperar forças.
Se na baixa em que estivermos a caçar, houver corrente , o barco é mais uma vez importante pois deixa-nos na ponta da baixa e nós iremos á deriva passar pela local sem estar a nadar contra a corrente,para assim recuperarmo do ultimo mergulho e prepararmos a apneia para o proximo sem nos cançar a debatermo-nos contra a corrente.Repetindo o processo quando passarmos para fora baixa,levando-nos de novo até á outra ponta.
Outra coisa que pode acontecer, consiste em seguirmos um cardume de bicudas que abundam na periferia da baixa com o recurso de flashers atrairmos mais predadores para o local, neste caso é fundamental avisar o skiper para nos ter sob vigia pois podemos apanhar uma forte corrente que afaste-nos demasiado.
Um bom skiper, pode desempenhar ainda uma outra funçao, que é estar atento a movimentos de peixes na água,como tambem de aves em ataque a cardumes de peixes pequenos, porque ao estar numa posiçao mais elevada, favorece o ângulo de visão em relação ao mergulhador.

Concluindo, para quem estiver a pensar em vir dar aos Açores, aqui poderá encontrar spots que lhes poderão proporcionar oportunidades e momentos únicos para a caça submarina. Venha mergulhar connosco!!

Autor: Tibério Barbeito
Co-autor: Zeferino Espínola

1 comentário:

PêJotaFixe disse...

Parabéns! Excelente artigo ; ))

Abraço e saudações piscatórias

Direção

Tibério Barbeito e Zeferino Espínola Contacto: azoresub@hotmail.com

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