Formação de caça submarina nos Açores

Tibério Barbeito e Zeferino Espínola praticam pesca subaquática há algum tempo e afirmam que se “torna um vício ir todos os fins-de-semana para o mar”. Praticando a actividade durante o ano inteiro, sentem sempre uma vontade enorme de explorar as águas açorianas que afirmam serem de uma “riqueza inconfundível”.

   Amantes da modalidade e com o seu material pessoal, fazem questão de mergulhar todos os fins-de-semana e quando o mar o permita, procurando sempre o local onde este esteja em condições para isso. Por vezes, iniciam a actividade pelas cinco da manhã de modo a não se atrasarem para o trabalho ou escola, mas apenas para poderem sentir o prazer de estar na água.

   Os jovens de 21 e 23 anos de idade consideram que a caça submarina é pouco valorizada nos Açores, uma vez que as nossas águas têm um grande potencial para este desporto devido à sua biodiversidade, argumentando que esta também seria uma boa forma de atrair o turismo.

   “Muita gente ainda vê este desporto como uma actividade destrutiva, mas não é bem assim. Nós sentimo-nos bem a caçar por gostarmos da actividade e também porque o convívio se torna interessante. No entanto, temos um carácter selectivo ao praticar a actividade. Há dias em que não pescamos nada mas ficamos animados só pelo facto de termos admirado a beleza oceânica ou porque conseguimos efectuar um mergulho mais fundo do que o habitual”, confessam.

   Desta forma, apelam à formação e ensino de caça submarina. “Nos Açores já existe muita gente a praticar este desporto, tanto de Verão como durante o ano inteiro. E isso é mais um incentivo para a formação da modalidade.

   Consideram importante ainda a criação de reservas, uma vez que o mergulho de garrafa também é praticado na região. “Apesar de praticarmos caça também fazemos mergulho de garrafa e existem determinados lugares em volta da ilha em que não deveria ser permitido caçar pelo facto de existirem espécies que atraem turistas e que são bonitas de se observar, daí que deveriam ser respeitadas”, revelam.

   Tiago Toledo, operador marítimo-turístico, monitor de apneia da FPAS (Federação Portuguesa de Actividades Subaquáticas) e também praticante da modalidade, considera que será importante aproveitar a dinâmica dos clubes existentes na região para ensinar a pesca submarina, mas no que diz respeito à criação de reservas, atesta que apesar de estas serem importantes, é preciso ter cuidado, uma vez que com a existência destas serão os pescadores subaquáticos os maiores prejudicados.

   Com o sonho de um dia se dedicarem a tempo inteiro a esta actividade, Tibério e Zeferino criaram um blogue onde publicam as suas aventuras pelas costas que contornam a ilha e alguns factos interessantes para quem pratica ou gosta da modalidade, como curiosidades e períodos de defesa de algumas das espécies marinhas.

   O blogue http://azoresub-bluewater.blogspot.com/ tornou-se uma surpresa para eles, pelo facto de ser relativamente recente (criado em Setembro passado) e já contar com um vasto número de visitantes e seguidores. “Recebemos em média, umas 50 a 60 visitas diárias e muitas questões de pessoas interessadas sobre variados temas relacionados com a actividade subaquática”, adiantam.

   Sonhando em dedicar-se inteiramente a este desporto no futuro, Tibério e Zeferino sentem agora a necessidade de elevar a pesca submarina nos Açores da melhor forma que conseguirem.

Fonte:  http://www.auniao.com/noticias/ver.php?id=18440

 Escrito por: Ana Isa Cabral

P.S: Gostaria de referir uns aspectos que não foram bem salientados no artigo. Estes são a importância dos caçadores submarinos tirarem formações de caça submarina para sua própria segurança e de quem os rodeiam. E este tipo de formação já existe nos Açores mas com pouca adesão.

O outro aspecto e o facto da divulgação dos Açores como um potencial spot para a caça submarina tanto a nível nacional como a nível mundial.